terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O oleiro.

Pensando eu, num oleiro que em tempos vira, enchi-me de coragem e agarrei num pedaço de argila e comecei a trabalha-lo, havia mais que fazer, mas adiei os compromissos, fechei-me na garagem à procura de uma realização que me desse satisfação.
Senti a sensação desagradável, fria e húmida, mas à medida que os materiais iam ganhando a temperatura da mão, senti o prazer de toque na matéria de que somos feitos. Pensei então em como o tacto era o mais importante dos sentidos. A peça foi ganhando forma, mas logo se desfazia na ânsia de criar. Assim os minutos tornavam-se horas, sem dar por elas, múltiplas criações imaginadas passavam pela mente, mas a mão não consentia na sua concretização, por falta de habilidade, por falta de espírito talvez e assim pensei eu, sem nada conseguir, em como deveria ter sido difícil a Deus o acto da criação!

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